domingo, 31 de janeiro de 2010

Pai nosso que está...em nossas casas –PARTE II

 

E, quando orardes, não sejais como os hipócritas, pois que apreciam orar em pé nas sinagogas e nas esquinas das ruas, para serem admirados pelos outros. Com toda a certeza vos afirmo que eles já receberam o seu galardão. Mateus 6:5


Mateus  escreve as palavras de Jesus sobre a comparação com os hipócritas  - falsos em seus propósitos santos – e com os pagãos (ou gentios) que eram abominados pelos judeus, tanto que não podiam entrar no Templo a não ser no lugar reservado para eles: no “pórtico chamado de Salomão”(At3:11) . Nessa comparação: “e quando orardes, não sereis como...”, Jesus instrui sobre a simplicidade e autenticidade que o Pai deseja de Seus filhos. Cada frase da oração ensinada por Jesus derrubava uma crença judaica originada do ensino errôneo dos escribas e dos fariseus:

PAI NOSSO QUE ESTÁS NOS CÉUS...

Era inconcebível que os judeus chamassem ao Deus do céu de “Pai”. No aramaico  a palavra “aba”-  transcrita na Bíblia como “Pai” - significava “paizinho”, denotando uma intimidade e uma comunicação carinhosa, no que se referia a Javé com os homens, jamais admitida pela austeridade do ensino farisaico .

Jesus, em Sua parábola dos talentos denuncia tal austeridade, hipócrita e inútil, pelas palavras daquele que havia escondido o seu talento na terra (Mt25:26-30). Assim também, todos os que não conhecem verdadeiramente o Pai, mas se apresentam aos homens como  os “únicos” representantes dEle na terra, podem ter igual destino.

Em outras palavras, Jesus diz aqui “o Pai que está nos céus não é Pai só dos judeus, que nem O chamam assim, mas é Pai de todo aquele que O busca, até mesmo dos gentios”. Por isso o Pai é nosso e não apenas “meu”. E por ser “nosso” não quer significar posse do Nome, mas que está no meio de nós, operando, salvando, curando e libertando a todos quantos crerem no Seu Filho.

SANTIFICADO SEJA O  TEU  NOME; VENHA O TEU REINO...

Através de todos os que são Seus discípulos, o reino de Deus vai se expandindo sobre a terra efetivamente nos corações verdadeiramente livres pela liberdade do Filho. A santidade do Nome de Deus não se pode alcançar com um “reino” que não está entre nós. Os judeus, que nem mencionavam o nome verdadeiro de Deus, também não tinham parte em Seu reino embora fossem prioritariamente convidados (conf.Jo1:11). 

Separados dos objetivos do mundo entramos como herdeiros celestiais de tudo quanto a vida eterna nos oferece já, da mesma forma como a Vontade do pai se faz em nós como no céu é feita.

O PÃO NOSSO DE CADA DIA DÁ-NOS HOJE.

A preocupação demasiada com o bem-estar familiar, além das riquezas e posses materiais serem representantes do pensamento judaico do que fosse “abençoado” , apresentava um pensamento ansioso “pelo dia de amanhã”. Contra tal estado mental, Jesus ilustra com diversos ensinos de que Deus está no controle das necessidades de Seus filhos (Mt 6:19:21; 7:11; 19:16-29; Lc12:13-34 dentre muitos outros). 

Nosso tesouro não está nesse mundo. Aqui ele enferruja , se corrói e pode ser roubado. Utilizamos as posses desse mundo para alcançar os objetivos primordiais em nossas vidas: cumprir a Vontade do Pai. Para isso não existem regras a não ser as orientações de Sua própria Palavra. Coisas paralelas podem ser até escritas para auxílio dos que querem prosseguir no Caminho, mas jamais terão tal autoridade de orientação espiritual como muitos querem que a literatura cristã tenha.

Deus trata com cada um e revela a cada um, individualmente, a Sua Vontade expressa por Sua Palavra. Ele mesmo, por Seu Espírito, nos impulsiona a agir de acordo com a bondade, a justiça e a misericórdia que emanam dEle para nós.

PERDOA NOSSAS DÍVIDAS...

O Ano do Jubileu (Lv 25), no qual todo judeu era convocado a perdoar as dívidas dos que lhes deviam, foi aos poucos sendo negligenciado por uma nação cada vez mais avarenta. As razões de Deus para a instituição do Jubileu se expressam na própria declaração de Jesus aos fariseu que davam o dízimo mas não cumpriam o principal da escritura (conf.Mt23:23) :

Por justiça:


“Conforme o número de anos desde o jubileu é que comprarás ao teu próximo, e conforme o número de anos das colheitas é que ele te venderá. Quanto mais forem os anos, tanto mais aumentarás o preço, e quanto menos forem os anos, tanto mais abaixarás o preço; porque é o número das colheitas que ele te vende.”  (Lv 25:15,16)


Por misericórdia:

“Nenhum de vós oprimirá ao seu próximo; mas temerás o teu Deus; porque eu sou o Senhor vosso Deus. Pelo que observareis os meus estatutos, e guardareis os meus preceitos e os cumprireis; assim habitareis seguros na terra. Ela dará o seu fruto, e comereis a fartar; e nela habitareis seguros. (Lv 25: 17-19)


Por fé:


Se disserdes: Que comeremos no sétimo ano, visto que não haveremos de semear, nem fazer a nossa colheita? Então eu mandarei a minha bênção sobre vós no sexto ano, e a terra produzirá fruto bastante para os três anos.” (Lv 25: 20,21)


Sabendo que Deus proverá toda necessidade, desde que trabalhemos e pratiquemos os atos de justiça, misericórdia e fé que permeiam Sua Palavra, por que então devemos viver ansiosos pelo dia de amanhã? Isso implica também não estarmos ansiosos por nossa salvação, pois somos eternamente perdoados enquanto crermos no Deus de perdão. 

Cheios de perdão, somos livres para perdoar. E é sintomático: quanto mais nos sentimos perdoados, mais perdoamos o nosso próximo.

“Só Deus pode perdoar pecados” era o pensamento cauterizado que Jesus intencionava extirpar com “como nós perdoamos...”. 

O judeu se preparava sempre para exercer o pedido de perdão através de seus sacrifícios anuais. Enquanto fazia isso, em sua mente poderia permanecer toda ira, angústia e pensamentos opressores contra pessoas que lhe haviam ofendido, ou que lhe deviam dinheiro, o que não o tornava livre após a execução do ato de sacrifício feito pelo sacerdote no templo. Ele cumpria a lei, mas na verdade não era perdoado. Podia não estar mais com  o peso do pensamento da culpa - que na verdade era substituído pelo pensamento do "dever cumprido" - porém, o esquecimento da ofensa não havia sido liberado por Deus devido ao seu estado hipócrita de ser e fazer as coisas. A dívida continuava escrita nos céus.

Jesus simplifica a coisa toda: “olha aqui, entra no seu quarto com o coração contrito para pedir o perdão do Pai que te escuta em secreto. Não precisa de muitas palavras nem vãs repetições ,como os fariseus e os pagãos o fazem, mas de um verdadeiro arrependimento por ser infinitamente incapaz de agradar a Deus, usufruindo de Sua Graça perdoadora, e uma disposição em esquecer as ofensas que lhe fizeram até ali". 

Livre de toda acusação contra seu semelhante, você sairá livre do seu quarto, até na próxima vez que sentir necessidade desse contato libertador.  É a simplicidade que eliminava as ordenanças de tão elaborado e custoso  ritual no templo, transportando-o em singeleza para a humildade do nosso quarto, que torna a proposta de Jesus tão verdadeira e satisfatória, ao mesmo tempo aterradora para aqueles que sobreviviam do templo.

Bem, isso não seria possível de ser tão "simples" assim não fosse o sacrifíco vicário de Jesus:

 "...e a vós, quando estáveis mortos nos vossos delitos e na incircuncisão da vossa carne, vos vivificou juntamente com ele, perdoando-nos todos os delitos; e havendo riscado o escrito de dívida que havia contra nós nas suas ordenanças, o qual nos era contrário, removeu-o do meio de nós, cravando-o na cruz; e, tendo despojado os principados e potestades, os exibiu publicamente e deles triunfou na mesma cruz." Cl 2:13-15


Quando congregamos para orarmos juntos deveriamos ser motivados pela mesma razão de fé: buscarmos juntos, em nome de Jesus, o perdão do Pai, perdoando-nos uns aos outros. E Jesus nos dá a certeza do alcance de tal propósito: “...ali eu estarei.” (Conf. Mt 18:20).

NÃO NOS DEIXES CAIR EM TENTAÇÃO...

Os cristãos primitivos, enquanto o Templo de Jerusalém ainda estava de pé, aprenderam que sua função naquele lugar era o de ir buscar perdidos. Por isso seus encontros eram no pórtico de Salomão (conf. Jo10:23; At3:11; 5:12).

Quando “Pedro e João subiam ao templo à hora da oração, a nona” - período em que se ofereciam sacrifícios vespertinos (às três horas da tarde) - estavam entrando pela porta do templo chamada Formosa que dava passagem entre o pátio dos gentios e o das mulheres. Certamente os dois não estavam levando qualquer sacrifício, mas estavam ali para que Deus operasse por suas vidas. Isso de fato ocorreu na cura de um coxo e, por causa disso, Pedro fez uma grande pregação no Pórtico de Salomão que, embora tenha culminado na prisão de ambos, resultou em milhares de convertidos:


 "Muitos, porém, dos que ouviram a palavra, creram, e se elevou o número dos homens a quase cinco mil."At 4:4

 Esse era o verdadeiro motivo deles subirem "ao templo na hora da oração”. No entanto isso tem sido pregado como se fosse um ritual diário dos discípulos. Ensinando assim é demonstrado a falta de conhecimento que faz o povo perecer.

Eles já estavam livres e o Espírito Santo operava com poder e glória. Assim também  um Pedro liberto dos grilhões pelo poder de Deus foi se encontrar com um grupo (a igreja) que se encontrou para orar na casa de João Marcos, o que apresenta-nos o propósito intercessório de corações que amam. Não há qualquer instrução para que todos se reunissem obrigatoriamente naquela casa, nem se ensina nas Escrituras que só através das orações feitas ali é que Deus operava.

 Por que relutamos então em ver os milhares de templos cristãos espalhados pelo mundo afora como simples lugares onde podemos nos juntar em maior número para orar buscando o perdão do pai (o verdadeiro sentido de adorar) enquanto cultivamos o sentimento de mútuo perdão, intercedemos pelos salvos e não salvos e aprendemos a sabedoria do Senhor em Sua Palavra? 

Ali, na maravilhosa sensação de liberdade em Cristo, O louvaremos e falaremos entre nós “em salmos, hinos, e cânticos espirituais, cantando e salmodiando ao Senhor no [nosso] coração sempre dando graças por tudo a Deus, o Pai, em nome de nosso Senhor Jesus Cristo, sujeitando-[nos] uns aos outros no temor de Cristo. (Ef5:19-21)

Tornar tais templos o centro desse perdão, erroneamente, é buscar ressuscitar as pedra do Templo que foram derrubadas no ano 70 d.C. pelo general Tito ao reprimir a revolta em Jerusalém; é desconsiderar a oração que o Senhor nos ensina.

 
Maior tentação de exercício de poder não há. Líderes cristãos no mundo inteiro, mesmo que ansiosos por verem seus liderados não errarem, querem se colocar entre o libertado e o Deus que o libertou. E fazem isso com imposição de estatutos, métodos, doutrinas humanas, supervalorizando as atividades templárias (hiperativismo eclesiástico), enquanto só bastaria o ensino da Palavra para quem estiver disposto em continuar livre. Chega-se ao cúmulo de se afirmar que “entre Deus e a igreja está o pastor, padre, bispo, apóstolo... por isso devemos obedecê-lo [cegamente]”. Quanto a esse tipo de afirmação... prefiro nem comentar.

Livra-nos Senhor de tal tentação que vem a nós e da tentação do outro sobre nós! Livra-nos do mal. Porque TEU ( e de mais ninguém)  é o Reino, o Poder e a Glória para sempre. Amém!

 Paz em Jesus que faz de nossas casas um lugar de encontro dos que O amam e que se amam, por isso se perdoam.

Ocimar
Cabo Frio/RJ 




Pai nosso que está...em nossas casas –PARTE I

“Senhor, ensina-nos a orar como também João ensinou aos seu discípulos.” Lc 11:1b
“Mas tu, quando orares, entra no teu quarto e, fechando a porta, ora a teu Pai que está em secreto; e teu Pai, que vê em secreto, te recompensará.” Mt 6:6


Já se perguntou por que  a explanação de Jesus sobre a forma ideal de oração (aquela que é ouvida nos céus) é abordada por Lucas tão brevemente e por Mateus de forma tão detalhada (compare Mateus 6:1-15 e Lucas 11:1-4)?

Você encontra a resposta nos motivos que moveram cada um dos escritores bíblicos: 


Lucas ara grego e na introdução do seu evangelho fica claro a quem ele direciona sua narrativa sobre a vida e os feitos de Jesus aqui na terra: Teófilo, um alto oficial do império romano que, segundo historiadores, patrocinou a investigação acurada de Lucas acerca da vida de Jesus.


 Lembremos também que ele, Lucas, é quem escreve o livro de Atos: narrativa histórica, endereçada ao mesmo Teófilo, sobre o agir do Espírito Santo através dos discípulos de Jesus. Por isso ele registra a forma desimpedida com que o Espírito de Deus ampliava a obra que Jesus começara. Isso pode ser conferido em At2:47:  “...Enquanto isso, acrescentava-lhes o Senhor, dia a dia, os que iam sendo salvos”  e no último versículo do livro de Atos quando ele usa os termos “sem impedimento algum” para a forma intrépida de Paulo pregar o reino e apresentar que é o Senhor que está no controle de Sua obra, não obstante os diversos obstáculos que o diabo promove para ela não se realizar.

Ambas as narrativas de Lucas serviram de material de instrução e conversão dos gentios, e, para isso, não importavam  os detalhes dos procedimentos litúrgicos e legais dos judeus com os quais os gentios não estavam a par.

Mateus, um judeu que escreve para o seu próprio povo, estava interessado em comparar amplamente os costumes religiosos judeus com as boas-novas de liberdade e intimidade com Deus (cujo nome até pronunciar era digno de repreensão) anunciadas por Jesus e seus discípulos.

Em Lucas, os discípulos tomam a iniciativa de querer saber como eles deveriam orar (11:1) porque Jesus estava constantemente se retirando para orar secretamente (sem estar escondido, mas longe das pessoas), e não o fazia numa sinagoga nem no Templo, ou mesmo nas praças. 


Em Mateus, a instrução é uma continuação das instruções do sermão das bem-aventuranças, mostrando como o evangelista tinha o entendimento de que a instrução sobre oração  era tão significante para constituição do reino de Deus entre os homens e derrubar determinados tabus da prática religiosa dos judeus.

Isso me faz lembrar que, ao longo da história da igreja, seus líderes sempre tiveram grande dificuldade em entender o lar como um ambiente celestial e o coração do discípulo como um altar do Espírito Santo aonde Deus vem e fala diretamente com aquele que O busca. Por isso sempre voltaram a fortalecer a idéia de templo, santuário, catedral como lugares de manifestação exclusiva de Deus aos homens. Tais lugares são divulgados como “lugar de manifestação da glória de Deus” da mesma forma que a “nuvem descia sobre o Tabernáculo” no deserto. Ao mesmo tempo que promovem o fortalecimento da autoridade da lei, anunciam que "Deus não habita em templo feito por mãos humanas...". Contraditório, não?

“Quando saía do templo, disse-lhe um dos seus discípulos: Mestre, olha que pedras e que edifícios! Ao que Jesus lhe disse: Vês estes grandes edifícios? Não se deixará aqui pedra sobre pedra que não seja derribada.” Mc 13:1,2

A relação vertical com o Pai não é “engolida" até nos dias de hoje pela liderança eclesiástica. Fala-se muito, entende-se pouco e não se deseja nada de tal relação para seus liderados. Por quê? Ela tira das mãos dos sedentos de poder a prerrogativa de contato com quem tem o poder sobre todas as coisas. Isso reforça a necessidade de um intermediário entre Deus e o povo. Exatamente como ocorria no tempo da lei. Fala-se o que está escrito (“cada um de nós é uma igreja...”), mas pratica-se o que o enganoso coração do homem deseja: centralização de poder.
“Fazei e obedecei, portanto, a tudo quanto eles vos disserem. Contudo, não façais o que eles fazem, porquanto não praticam o que ensinam..” Mt23:3
Lucas enfatiza o essencial da oração: o perdão necessário para andar com Deus, tanto dEle para nós quanto de nós para com o próximo, enquanto Mateus chama a atenção também para a forma como ela deve ser feita. Ele, Lucas, apresenta aos seus leitores a independência, ou antes, a eliminação do Templo como “centro de intercessão” de tal pedido de perdão para o povo. 


Isso impedia que o povo estivesse no Templo? Claro que não, mas lá iam com outros motivos como veremos adiante. Jesus enfatiza o lar ( na figura do quarto) por ser um lugar mais “secreto” possível (v.6), onde as pessoas tem liberdade de serem o que quiserem, mas também como um local onde “a nuvem de Deus desce” para fazer contato com a pessoa que O busca sem interferência de "estranhos" a essa relação.


 Através do novo nascimento (o espiritual), o convertido torna-se um sacerdote que adentra o Santo dos santos para falar com o Pai, analogamente como Jesus é nosso sumo sacerdote nos céus, diante do Pai, como sacrifício eterno para aproximação de todo aquele que crê (Hb 8).


Então qual o papel  do templo, dos edifícios  que costumamos chamar de igreja?

(continua...)


Ocimar
Cabo Frio-RJ

quinta-feira, 28 de janeiro de 2010

Por que você bate palmas na igreja?

“Mas aquele que tem dúvidas, se come está condenado, porque o que faz não provém da fé; e tudo o que não provém da fé é pecado.” Rm14:23

Talvez o assunto lhe pareça banal ou um tanto “conservador”. Mas por que não discuti-lo?

De onde vem o hábito de aplaudir quando gostamos de alguma fala, show, apresentação ou gesto público? Se pudermos conhecer sua origem talvez possamos entender, um pouco, o que está acontecendo com o impulso avassalador que invadiu as igrejas brasileiras (as americanas já estão invadidas há muito tempo): os aplausos. Até as pregações estão sendo aplaudidas, coisa que nem se sonhava  na última década.

Pesquisei alguns sites na internet para saber a origem do ato e os que encontrei descreviam o mesmo:

Qual é a origem do aplauso?

O ato de bater as palmas das mãos em sinal de aprovação tem origem desconhecida, mas existe há pelo menos 3 000 anos. Nessa época, o gesto era essencialmente religioso, popularizado em rituais pagãos de diversos povos como um barulho destinado a chamar a atenção dos deuses. No teatro clássico grego, tornou-se, então, a forma pela qual os artistas pediam à platéia que invocasse os espíritos protetores das artes. O costume chegou ao Império Romano, onde passou a ser comum nos discursos políticos. Preocupado com a repercussão de suas aparições públicas, o imperador Nero carregava uma claque com mais de 5 000 soldados e cavaleiros. Dali, o costume espalhou-se para o resto do mundo. Nos séculos XVIII e XIX, quase todos os teatros de Paris contratavam pessoas que tinham uma única função na platéia: aplaudir. O truque continua utilizado até hoje pelas emissoras de TV, especialmente em programas de auditório. Agora, bater palmas para marcar o ritmo de uma música é provavelmente um costume muito mais antigo.


Bem pagão esse ato, não acha?  A wikipédia, sem mencionar suas origens, define o mesmo da seguinte forma:

O aplauso (do latim applausus derivado de applaudĕre) é uma expressão humana de aprovação pelo ato de bater a palma de cada uma das mãos uma contra a outra com o fim de produzir seu ruído característico.
Platéias normalmente aplaudem após o fim de espetáculos, como concertos musicais, discursos ou peças de teatro.
Na cultura ocidental, espectadores batem palmas para produzir um ruído constante, tendendo à sincronização natural. Como forma da comunicação não-verbal, o aplauso é um indicador simples da opinião média do grupo e, quanto mais intenso e longo o ruído do aplauso, considera-se maior o sinal de aprovação expresso.

Nós transformamos o pensamento original de invocação de deuses (demônios disfarçados de poderosos) em motivação de demonstração de satisfação. Para os cristãos, não sei se isso justifica alguma coisa diante de Deus. Mas o que sei é que nem na Lei nem na Graça encontro o mandamento: “ao próximo aplaudirás”.

Se formos observadores  (podem chamar de “críticos” se preferirem) veremos muitas inserções pagãs nas liturgias ou nos eventos gospels promovidos  no meio evangélico que tem como premissa ser “anti-pagão”. Principalmente manias americanizadas invadem nossas igrejas sem que se perceba que o “enlatado” foi importado, inicialmente por quem passou por lá, depois como uma forma de contaminação desenfreada, vai se infiltrando desapercebidamente em nosso meio. Você pensa que não percebi o exato momento em que o ato de receber a “bênção apostólica” do pastor passou a ser  recebida pelos congregados com as mãos voltadas para cima? Qual o significado disso? Quem trouxe isso? De onde? Deixo pra você a pesquisa e a crítica sobre o assunto.

Em alusão ao “enlatado americano”, preste atenção à fala do presidente americano no Congresso ou em qualquer outra reunião política com uma personalidade influente nos EUA. Se eles gostarem do que estão ouvindo, a cada grupo de palavras proferidas um minuto de aplauso! O palestrante tem que continuar falando em meio aos aplausos, caso contrário o discurso levaria horas.

Certo dia eu parei numa transmissão de TV que apresentava um pregador americano fazendo sua preleção numa igreja extremamente luxuosa. As pessoas, muito bem vestidas, pareciam estar assistindo a uma apresentação na Broadway ou no Teatro Municipal de qualquer grande cidade. Coisa chique mesmo! Não foi tanto isso que me chamou a atenção, mas o fato de que a cada conjunto de frases do pregador eles aplaudiam. Por quê? Sei lá! Parecia ser uma pregação comum, ou seja, nada de tão esplendoroso na fala do pastor. Uma pregação que poderia até estar tocando corações e transformando almas. Mas será que aquelas almas estavam recebendo o fluir do Espírito Santo e Seu agir nas mentes e corações necessitados que lhes incitassem a vontade de aplaudir? O interessante é que a câmera focava em alguns no auditório e, ali,  as mão se encontravam batendo sem qualquer ânimo. Era só o gesto de bater levemente as mãos uma na outra que significava o enésimo “aplauso”  do sujeito. Que coisa louca e sem sentido, não?

Você já percebeu que na maioria das vezes que as pessoas no templo aplaudem, isso é feito porque alguém começa o ato? E não é a mesma coisa que coçar ou bocejar, reflexos involuntários. Mas, os “vizinhos” daquele animado ouvinte, se o aplauso é uma forma de demonstrar satisfação,  não querem ser ali julgados como insatisfeitos ou mal-humorados por deixar “o irmão no vácuo”. Afinal, estão na igreja!Esta forma farisaica de pensamento, que acomete quase todos, dá inicio a uma reação em cadeia de aplausos. Quanto mais animado seja aquele primeiro ouvinte em seu efusivo gesto, mais os outros têm que se demorar no seu aplauso. Coisa esquisita não? Ou será que não é bem assim que acontece? 

Tudo bem que isso aconteça num teatro, numa apresentação, num show, ou mesmo num auditório ou templo da igreja em outro momento...mas durante um culto,  que deveria ser uma reunião motivada pelo perdão de Deus para o arrependimento humano?! Qual a razão? Só me vem uma coisa a mente: conformação com o mundo. Se o mundo faz, porque não fazemos também? Aliás, essa passou a ser a premissa que motiva muitas ações cristãs nos dias de hoje.

“E não vos conformeis a este mundo, mas transformai-vos pela renovação da vossa mente, para que experimenteis qual seja a boa, agradável, e perfeita vontade de Deus.” Rm 12:2

Permita-me deter-me um pouco na análise da justificativa levantada pelos “animadores de auditório” que dizem: “mas na Bíblia está escrito para batermos palmas de júbilo!”.  Não está escrito bem assim, mas de qualquer forma analisemos o que está dito ali:

“Batei palmas, todos os povos; aclamai a Deus com voz de júbilo.” S l47:1

Lembrando sempre que as orientações litúrgicas para a igreja gentílica (nós) estão no Novo Testamento que, mesmo assim restringe-se às orientações básicas de ajuntamento para momentos de ensino e adoração, especialmente em 1Co12-15 (Não esquecendo de Tg 1:26,27). Conselhos e ordens litúrgicas expressos na lei, salmos e profetas têm que ser analisados à luz de toda a Bíblia.

Tanto o salmo 47 como o 46 reforçam em nossa mente que Jesus é o Grande Rei esperado e que submete ao seu domínio toda a natureza e todos os povos da terra. “Batei palmas, todos os povos” longe de sugerir fazer congregar toda a terra para que aplaudam ao Senhor, lembra a atitude de gozo íntimo em louvá-lO e salmodiá-lO  porque Ele é sábio, justo e soberano.

 Pense bem: se era um costume ímpio dos povos ao redor de Isarel baterem palmas para invocar deuses,  ao serem submetidos ao poder do Senhor – e que serão – aí sim terão razão para bater palmas e usufruírem da invocação ao único e verdadeiro Deus.

Não que sejamos impedidos de bater palmas em um culto num momento de arrebatamento e júbilo verdadeiro e coletivo, mas o termo no Salmo possui profundidade maior do que simplesmente sugerir a prática do ato de aplaudir como doutrina para a realização de um culto ou expressão da verdadeira adoração.

Se considerarmos o termo  literalmente, seremos levados a aceitar que rios e árvores também “batem palmas”, em  vez de entendermos que seu significado intrínseco expressa a invocação e submissão de todas as coisas ao Grande Rei Jesus:

“Ruja o mar e a sua plenitude, o mundo e os que nele habitam; batam palmas os rios; à uma regozijem-se os montes  diante do Senhor, porque vem julgar a terra; com justiça julgará o mundo, e os povos com eqüidade.” Sl98:7-9

Alguém bateria palmas por saber que um juiz viria julgá-lO. A contrição  talvez seja o mais natural não é mesmo? No entanto, o salmista alude ao "bater palmas" numa forma de consolação ao seus ouvintes, pois a justiça de Deus é gloriosamente justa e satisfatória. Ninguém precisa temer o seu juízo se verdadeiramente andar segundo os seus conselhos. Esse é o motivo de júbilo que toda a natureza manifesta, por isso é perfeita e bela, deliciando nossas sensações quando a apreciamos e estamos também em comunhão com ela.

“Pois com alegria saireis, e em paz sereis guiados; os montes e os outeiros romperão em cânticos diante de vós, e todas as árvores de campo baterão palmas”. Is55:12

A literalidade do texto sugere que  montes e outeiros abrem suas gargantas para cantar, assim como as árvores bateriam suas mãos. Isso não lhe parece absurdo? O texto, é claro, sugere reflexão na profundidade do que expressa. Uma breve meditação sobre a Glória de Deus em toda a sua criação (leia o salmo 19) deixará claro que o profeta não fala de atos, mas sim do estado natural de glorificação contínua no ser de cada coisa criada e no viver de cada vivente, inclusive nós. 

O “bater palmas” na Bíblia, referindo-se ao ato, tem também significado negativo :

“Todos os que passam pelo caminho batem palmas contra ti; eles assobiam e meneiam a cabeça sobre a filha de Jerusalém, dizendo: E esta a cidade que denominavam a perfeição da formosura, o gozo da terra toda?” Lm2:15 (veja também 2Cr3:23,37)

Não é por isso que vamos aqui fazer apologia a qualquer doutrina de proibição de palmas em cultos , certo?

Continuando minhas observações, certo dia, quando me peguei pensando e fazendo da forma que descrevi acima, como a maioria, só porque uma irmã (talvez americanizada) aplaudia toda e qualquer música apresentada pelo ministério de louvor - até mesmo aquela que tocava profundamente as minhas emoções - eu fiquei contrariado comigo mesmo. Não que as músicas não merecessem qualquer manifestação de satisfação, mas naquele momento a minha vontade era ficar ouvindo a voz do Senhor, sendo conduzido pela reflexão que a letra, a melodia e algumas breves palavras ministradas pelo ministro de louvor promoviam em mim; embevecido nos pensamentos e sentimentos sobre a obra que Deus tem realizado na minha vida . Por que eu tinha que aplaudir se eu queria continuar no êxtase, preparado para o Evangelho a ser pregado?  E aplaudi...

Depois de mais algumas semanas vivendo isso, eu disse “chega!” pra mim mesmo. Não aplaudiria se não tivesse vontade. Que me vissem como carrancudo, frio, insensível...a verdade é que ninguém pode julgar-me pelo que não sabe e não vê. Se até mesmo julgando pelo que vemos Jesus nos repreende...

“Não julgueis pela aparência, mas julgai segundo o reto juízo.” Jo7:24

Foi assim que me vi recuperando minha liberdade espiritual em Cristo.

Em tudo, aprendo na Palavra a ser verdadeiro com meu Senhor assim como Ele é a plena Verdade  para mim. Não posso me deixar envolver por justificativas e impulsos humanos carcomidos pela vaidade e pelo orgulho para expressar meus sentimentos.

Se o Senhor me sacudir dizendo “aplaude, cara!” eu o farei. E não desejo que os demais façam o mesmo só porque eu iniciarei a ação. Façam-no se o Senhor também sacudi-lo. Porém deixo aqui uma observação: o silêncio nas igrejas tradicionais, ou o “glória a Deus!” nas igrejas pentecostais, jamais forma obstáculos para o toque de Deus em mim durante ou após uma proveitosa pregação da Palavra. Essas manias de “crente moderno”(e olha que eu só tenho 13 anos de convertido!) vieram com o novo formato de se fazer igreja e cultos dos neo-pentecostais. Que façam do jeito que quiserem, mas o melhor é que cada um continue com a sua personalidade de adorador preservada. Sendo verdadeiros, você e eu somos livres, até para não fazer nada se o Senhor não falar!

Nesse caso não vale o ditado “o que é bom é pra ser imitado”. Com Jesus isso não funciona assim. Até mesmo imitá-Lo não deve ser um ato de “Maria vai com as outras”. Se não for genuíno Ele nos diz “Eu não te conheço”. E nós não sabemos muito bem o que é “bom” para Deus se não estiver expresso na Sua Palavra e adequadamente interpretado, não é mesmo?

Bem, para expulsar o pensamento de “por que esse cara tá preocupado com isso?” encerro apresentando que a mesma preocupação importunava o profeta Isaías:

“Por isso o Senhor disse: Pois que este povo se aproxima de mim, e com a sua boca e com os seus lábios me honra, mas tem afastado para longe de mim o seu coração, e o seu temor para comigo consiste em mandamentos de homens, aprendidos de cor...” Is 29:13

A história se repete. Quanto a mim quero fugir dessa aparência do mal e prática da iniqüidade. E você o que acha? Vai continuar aplaudindo só porque todo mundo faz assim?

Paz em Jesus que não aplaude ninguém e prefere o verdadeiro louvor de um coração quebrantado.

Ocimar
Cabo frio/RJ



segunda-feira, 25 de janeiro de 2010

A igreja nigeriana pede socorro!

"Ide; eis que vos mando como cordeiros ao meio de lobos." Lc 10:3

Há algum tempo venho acompanhando um caso extremo de deturpação dos propósitos do Evangelho de Jesus que vem ocorrendo na África na igreja evangélica nigeriana. É estarrecedor o que pode ser feito em nome de Jesus e ao mesmo tempo escandalizar céus e terra.

Para quem achar que devemos cuidar dos nossos próprios problemas (que já são muitos) e deixar que os irmãos de lá busquem suas próprias soluções, tenho um alerta: falta pouco para coisas parecidas começarem a acontecer por aqui. Por isso, una-se em oração (ou doação e trabalho) em prol de um pedido de socorro espiritual e social. Sua igreja promove missões? Jovens missionários estão se preparando para o campo? Acompanhe os fatos que cercam A BRUXIFICAÇÃO DAS CRIANÇAS NA NIGÉRIA POR PASTORES EVANGÉLICOS e sucite reflexões entre os seus irmãos e amigos.

Não entrarei aqui em detalhes. Peço apenas para você acompanhar o que já está publicado sobre o caso.

No blog "Caminho Nações" o "Dossiê Nigéria" vai colocá-lo a par de todos os fatos. Assista os vídeos do You Tube cujo link deixo abaixo e já terá um bom material de discussão e preparação de estratégias, contatos, orações, doações etc.

Transcrevo abaixo uma parte de um texto postado  que apresenta parte do que a igreja adepta da teologia da prosperidade e da quebra de maldições (cânceres propagados pelo neo-pentecostalismo) pode fazer, ou melhor, desfazer no Evangelho de Jesus:

"Um dos grandes culpados pela demonização do povo nigeriano é o alemão Reinhard Bonnke, de Frankfurt (CFAN). O jornal alemão Die Zeit o caracteriza como "um dos mais bem sucedidos missionários do nosso tempo". Uma dessas evangelizações em massa, foi visitada por 1,6 milhão de pessoas em Lagos, e em Oshogbo, também na Nigéria, um mega-evento deste tipo, em fevereiro de 2007, foi transmitido pela God TV para 200 países. Esteve no ano passado na Igreja Batista de Lagoinha


CRIANÇAS E ACUSAÇÃO DE BRUXARIA
A influência de pastores caucasianos nos últimos anos tem deformado ainda mais o Evangelho do Reino, e pastores tentando enriquecer copiam as suas táticas de demonização.
Alguns pastores de igrejas evangélicas pentecostais e carismáticas na Nigéria estão acusando crianças de serem bruxas, levando ao abuso e as crueldades indescritíveis a crianças inocentes. Elas estão sendo abandonadas pelos pais para morrerem, isso quando não são mortas, espancadas, queimadas, envenenadas, enterradas vivas, amarradas a árvores, entre outras crueldades. Estima-se que cerca de 5.000 crianças foram abandonadas desde 1998, e que de cada cinco crianças abandonadas, uma acaba morrendo, e as que sobrevivem ficam em estado de choque. Os pastores fazem parte das igrejas evangélicas "Assembléia do Novo Testamento", "Igreja de Deus das Missões", "Evangelho Monte Sião", "Glória de Deus", "Irmandade da Cruz", "Liberdade do Evangelho", entre muitas outras. São os pastores que dizem que as crianças estão enfeitiçadas, prometem fazer um exorcismo para curar as bruxas mediante pagamento, que podem custar 03 a 04 meses de trabalho. Com a grande maioria das pessoas não podem pagar, elas abandonam as crianças, ou utilizam outros métodos para tentar "curá-las".


O Pastor Ita da Igreja do Evangelho Libertador, com cerca de 60 igrejas no Delta do Níger, possuidor de um novo e brilhante Audi, em seu terno e gravata, afirma:
"Nós baseamos a nossa fé na Bíblia, somos conduzido pelo Espírito Santo e nós temos um programa para expor a falsa religião e a magia.” O pastor nega cobrança de exorcismos, mas reconhece que sua congregação é pobre e tem que trabalhar duro para cumprir com as contas e vive das doações. Também pacientemente ele explica a condição das crianças bruxas:
"Dar mais do que você pode pagar é benção. Nós somos os únicos que realmente conhecemos os segredos das bruxas. Os pais não vêm aqui com a intenção de abandonar os seus filhos, mas quando uma criança é uma bruxa, então você tem a dizer "o que é que há? “Não é o seu filho.” Os pais vêm até nós quando vêem manifestações. Mas o segredo é a de que, mesmo se você abandonar o seu filho, ainda é a maldição sobre você, mesmo se você matar o seu filho a maldição não acaba. Então você tem que vir aqui para curá-lo e recebê-lo bem.”
O Pastor ainda acusa as crianças de colocar feitiço sobre a sua mãe e provocar nela câncer de mama, e também de espalhar o vírus HIV."

(publicado em 14 de outubro de 2009)

Leia na íntegra em:  http://caminhonacoes.blogspot.com/2009/10/atualizacao-do-dossie-nigeria.html  (copie e cole o link no seu navegador)

É bom que se saiba que, antes do missionário alemão citado passar por lá, missionários neo-pentecostais brasileiros já tinham passado deixando pastores nativos cheios de suas "superstições" evangélicas (sincretismo em alta aqui no Brasil) que fizeram uma salada doutrinária com heranças xamãs de sua cultura. Imagine o que está em prática em boa parte dessas novas denominações nigerianas. Fico pensando se eles resolverem enviar "missionários" para o Brasil em busca do tesouro que enferruja  e a traça corrói (o metal e a alma). Talvez, não seja difícil emplacar suas práticas em muitos redutos da "prosperidade-quebra-maldições", já, há muito, em alta por aqui.

Acompanhe o "Dossiê Nigéria", acesse os links abaixo, o trabalho e as constatações dos irmãos que lá estiveram no início de 2010 realizando um trabalho de esclarecimento do Evangelho de Jesus para libertação real de uma igreja que se considera livre (!!!), mas cujos líderes acorrentam (literalmente) pessoas ao púlpito com o objetivo de serem libertas de "seus demônios".

 
Nigeriano, membro de igreja evangélica, acorrentado ao púlpito da igreja "aguardando libertação".

BLOG CAMINHO NAÇÕES: http://caminhonacoes.blogspot.com

  Assista os vídeos-denúncia no You Tube sobre o assunto:

Links:

Pastores evangélicos acusam crianças de bruxaria:   
                                    http://www.youtube.com/watch?v=EJLULM_FAzE    (copie e cole o link no seu navegador)



Crianças Bruxas: Acusadas em Nome de Jesus: 
                                     http://www.youtube.com/watch?v=miFrfTm-k3g     (copie e cole o link no seu navegador)



O que você verá mostra como podem ser diversos os sinais dos tempos.


Paz e ação em Jesus que verdadeiramente liberta quando desejamos ser libertos.

Ocimar
Cabo Frio/RJ

sábado, 23 de janeiro de 2010

2010 ! Continuamos vigiando e orando.


 "Bem-aventurados os limpos de coração, porque verão a Deus."      Mateus 5:8

Faz muito tempo que não posto aqui (a última postagem foi em agosto passado). Devido às muitas tarefas de final de ano e um novo curso que iniciei, o tempo realmente ficou curto. Mas, de certa forma, não parei. E-mails para amigos e reflexões sobre textos bíblicos, além dos trabalhos do curso, estão registrados em meu computador. Vez ou outra estarei postando aqui os que eu achar interessante (mesmo que não sejam reflexões do dia).
Desejo a você, que tem passado por aqui, um grande fortalecimento do Senhor em sua vida. Esteja disposto a mudar seus conceitos errados e entender melhor o que Jesus quer dizer em sua pregação no Monte ("As bem-aventuranças"). Não vemos por aí pregações e ensinos que realmente estejam afinadas com o que Jesus quis ensinar ali. Raras são as exceções. Por isso leia, reflita, medite, compare com outras passagens bíblicas. Você, com certeza, crescerá em graça e sabedoria.

Deus lhe dê paz e sabedoria para fugir das vãs filosofias que estão cada vez mais infiltradas numa igreja confusa. Saiba que ensinos que a Nova Era aplicava nos idos dos anos 50 e 60 nos Estados Unidos estão em plena prática nessa nova religião chamada "neo-pentecostalismo". Pergunte a alguém que tenha feito um curso na década de 80 aqui no Brasil chamado mind control e verá que bastante do que ali ensinavam está sendo aplicado por conferencistas, pregadores, instrutores de cursos em igrejas. Pior ainda é que alguns "respingos" estão chegando às igrejas pentecostais e também a algumas tradicionais.

Aonde isso vai parar? Não sei, eu acho que não vai. Prosperidade, quebra de maldições, afirmações positivas (mantras), heranças de grandes estrelas dos púlpitos americanos são muito atraentes para mentes que não se satisfazem com genuínos ensinos bíblicos. Essas "novas teologia" não matam a sede com a água que só Deus tem pra dar; na prática neo-pentecostal, ela (a água viva) precisa estar incrementada com  "criatividades" humanas para entretenimento do público para então agradar aos que ouvem. Isso enche igreja, arrecada muito dinheiro, satisfaz os pastores e donos de igrejas como também aos falsos religiosos de plantão.

Por onde anda a Igreja Triunfante, verdadeira adoradora do Senhor? Essa está por aí, em qualquer lugar. Aqui em mim, aí em você, em quem busque verdadeiramente o que o Senhor É e não o que Ele faz. Busque ao Senhor e você a encontrará, sem endereço, sem rótulo, sem artifícios ou artimanhas, sem negociata ou barganha, sem maldição e sem condenação, sem estrelas e sem mídia, humilde, anônima, atenta, alerta. Apenas crendo, vivendo, amando, perdoando e servindo.

Repito aqui palavras do pastor Ariovaldo Ramos em uma de suas inspiradas pregações: "Antes de Jesus salvar-nos para Ele, nos salva para a sociedade." Esse pensamento nos leva para longe do egoísmos, do hedonismo, do narcisismo e tantos "ismos" contaminantes de almas... larvas do inferno que penetram nas mentes e corações cauterizados pela injustiça e a impiedade de tramas diabólicas no seio dos que buscam ser apascentados.

Sejamos atraídos pelo pensar nas coisas do alto (Cl 3) e rejeitemos toda forma de aprisionamento, ou excitação, de nossas crenças, temores e ilusõe. Seja realmente livre em Cristo Jesus, para que a glória dEle se é que verdadeiramente Ele te livrou, possa ultrapassar a opacidade de seus olhos e afastar a escuridão da fé que arrancaram de você.

Se você é alguém que não se deixou enganar, mas está confuso e desejoso de saber qual o próximo passo a dar, cuidado, se há dúvida não faça, pois "tudo o que o  não provém de fé é pecado" (Rm 14:23b). Mantenha-se em oração, reflexão e meditação da Palavra, quebrantado o coração Deus o ouvirá e consolará. Muitos irmãos estão sendo tocados e percebendo  que algo muito errado está acontecendo com a Igreja brasileira (na Nigéria está terrivelmente pior, mas isso é outro assunto). Caminhe com Cristo, devagar ou rápido Ele é que dá o tom da caminhada. Deixe Ele cuidar de suas feridas, confesse suas mazelas ao único que não te julgará, pois ainda não veio julgar o mundo. Mas, perdoando-lhe dará descanso a esse coração tão amargurado e desesperado para amar e servir. O que importa agora é  manter-se longe do laço do passarinheiro. Viva em paz zelando pela Verdade.

Desejo é que seu 2010 seja Bem-Aventurado!


Paz em Jesus

Ocimar
Cabo Frio/RJ